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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Seca está mais intensa no Agreste e Sertão


Foto: reprodução internet.
Foto: reprodução internet.

A escassez crônica de água tem atingido moradores de várias cidades do Agreste e do Sertão de Pernambuco. Nas duas regiões, a situação atual está bem pior, em comparação ao mês de janeiro do ano passado. A informação é da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), que considera complicada a acumulação hídrica em vários municípios do Estado. Nove deles, segundo a agência, possuem reservatórios em estado de colapso – ou seja, secaram totalmente ou estão com baixos níveis de água. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) também informa que, no Agreste, outras três cidades vivem a mesma situação. Todas estão sendo abastecidas por carros-pipa.

É o quarto ano consecutivo de seca, já sendo considerada a maior dos últimos 50 anos. Em Surubim, Agreste do Estado, está complicada a situação do reservatório Jucazinho, que ainda não entrou em colapso, mas tem preocupado pela baixa no volume total que comporta. “Atualmente, Jucazinho está com apenas 13,7% de sua capacidade, que é de aproximadamente 327 milhões de metros cúbico de água. Em janeiro de 2014, esse percentual era de 33,3%. Essa queda impressiona”, diz o analista de recursos hídricos da Apac, César Augusto Mendonça.

Maior barragem do Agreste, ela abastece os municípios de Caruaru, Riacho das Almas, Cumaru, Bezerros, Gravatá, Passira, Surubim, Casinhas, Vertente do Lério, Santa Maria do Cambucá, Frei Miguelinho, Vertentes, Toritama e Salgadinho. “Com o volume atual de Jucazinho, é possível chegar até o fim de setembro sem entrar em colapso, mesmo se não chover. É a partir de outubro que a situação pode se complicar”, diz o diretor regional da Compesa no Agreste, Leonardo Silva. Na região, ele informa que já entraram em colapso as cidades de Alagoinha, Jataúba e Poção.
No Sertão, considerada a região mais vulnerável à falta de água no Brasil, o município em condição mais preocupante é Parnamirim, de acordo com a Apac. Três dos reservatórios que abastecem a cidade estão em colapso: Caiçara, Parnamirim e Abóboras. As três barragens já secaram totalmente. “Se não chover na região até abril, a situação se tornará muito grave”, salienta o gerente de monitoramento e fiscalização da Apac, Clênio Filho.

A barragem de Ingazeira, que abastece o município de Venturosa, no Agreste, também está zerada. “Para a região, os meses de maio a julho são esperados com expectativa pela população, pois é um período em que pode haver maior precipitação. Caso o volume de chuva seja alto, muitas cidades em colapso têm chances altas de sair dessa realidade complicada.”
Sexta-feira, a Apac faz reunião para analisar dados como pressão, temperatura e vento, a fim de apresentar uma previsão em relação às precipitações para os meses de fevereiro a abril. É o período mais chuvoso no Semiárido e que pode definir se a região conseguirá reverter o quadro de colapso.
“Nesse encontro, vamos examinar a qualidade do período chuvoso e, dessa maneira, informar com mais precisão como pode ficar a situação das cidades do Agreste e Sertão”, declara o gerente de meteorologia e mudanças climáticas da Apac, Patrice Oliveira. Segundo a agência, não há previsão de chuva para ambas as regiões até o próximo dia 20.

TRANQUILIDADE
Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife têm um panorama pouco preocupante, segundo a Apac, porque os reservatórios estão com 63% da capacidade, que é de 348 milhões de metro cúbico de água. “Tranquiliza o fato de o nível da Barragem de Pirapama estar satisfatório, com mais de 90% de sua capacidade”, afirma Clênio Filho.

O panorama pode complicar-se devido ao estado de alerta do reservatório Botafogo, em Igarassu, que só tem 20% do volume de água que pode armazenar. O percentual baixo na capacidade total da barragem levou a Compesa a intensificar o racionamento no Grande Recife. Municípios como Olinda, Paulista, Igarassu e Abreu e Lima já são afetados pelo rodízio de dois a três dias sem água. A estratégia tem sido adotada para recuperar os níveis dos mananciais e evitar que cidades do Grande Recife entrem em colapso.

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