” Alan Kardec não é mais jogador do Palmeiras. O São Paulo foi extremamente antiético, como isso não é um privilégio do Palmeiras. Se você perguntar para outros clubes, vão falar do conceito que tem o São Paulo. Isso é desde a base. Eu já fui consultado por outros presidentes porque eles têm essa prática horrorosa de assediar jogador do adversário.”
De longe parece uma declaração de guerra de Paulo Nobre.
O presidente na verdade tentou há pouco desviar o foco.
Não foi o São Paulo quem tomou Alan Kardec do Palmeiras.
Foi o Palmeiras que perdeu o jogador.
E, sim, por causa do seu presidente.
O dirigente não quis responder diretamente.
Mas os envolvidos na negociação sabem.
Estava tudo fechado.
O jogador assinaria contrato por cinco anos.
Recebendo R$ 220 mil fixos mais produtividade.
Ou seja, R$ 5 mil por partida como titular.
Ou R$ 2 mil como reserva.
Isso depois de três longas reuniões exaustivas.
Mas o dirigente resolveu avisar que só pagaria R$ 200 mil fixos.
Aliás, o Palmeiras teve desde o ano passado para fechar a contratação.
Mas a diretoria não acreditou que poderia perder o jogador.
Não percebeu que ele se tornou um dos melhores atacantes do País.
Comemorou a chance que tinha até de ser convocado para a Copa.
Mas se esqueceu de comprá-lo.
Paulo Nobre vem sendo motivo de críticas no clube.
A saída de Barcos não é esquecida.
Nem a venda de Henrique.
A de Alan Kardec foi considerada ‘amadora’ por ex-presidentes.
A coletiva que acaba de acontecer foi desastrosa.
O dirigente mostrou sua ingenuidade, falta de maturidade no cargo.
Tentou descontar a raiva por um erro no São Paulo.
“Kardec estava no ostracismo no ano passado e hoje está cotado para a Copa do Mundo. Outros times me ligaram e falaram que tinham interesse, e ,quando eu encerrasse a negociação, iriam entrar. Agora, (agir) de maneira sorrateira é totalmente antiético. Os clubes são desunidos. Na hora de negociar contratos, somos fracos. De que adianta dar “passa-moleque” em alguém se você continua fraco? Quem ganhou a presidência no São Paulo (Carlos Miguel Aidar) é um dos mentores do Clube dos 13 e chega com essa atitude?”
Parecia que Nobre queria ser objeto de pena.
Se esqueceu que estava falando sobre a transação de jogador do Benfica.
Elogiou o presidente Mario Gobbi.
Revelou que recebeu telefonema do corintiano avisando.
Não iria comprar o jogador.
Gobbi só fez isso porque seu clube não tem dinheiro.
Acabou de contratar Elias e está preso à dívida com o Itaquerão.
O ataque de Paulo Nobre ao São Paulo não mexeu com a diretoria.
Pelo contrário.
O clube está muito satisfeito por ter assegurado Kardec.
Fechará a transação por 4,5 milhões de euros.
Cerca de R$ 18,8 milhões.
E entre luvas e salários, R$ 350 mil mensais.
Conseguiu R$ 50 mil a mais nos últimos dias.
Nada mal para quem ganhava R$ 160 mil no Palestra Itália.
A falta de preocupação em relação ao Palmeiras é total.
Tanto que o interesse em Wesley é para valer.
Se houver a oportunidade, o clube tentará tomar o volante do rival.
Seu contrato terminará em fevereiro de 2015.
Em agosto ele já poderá assinar um pré-contrato com outro clube.
E sair ‘de graça’ do Palmeiras.
Se a intenção de Paulo Nobre era intimidar o São Paulo…
A atitude deu errado.
Dentro do próprio Palmeiras ele passou a ser visto como ingênuo.
“É decepcionante, eu esperava mais consideração do jogador, é claro. Mas tenho que reconhecer que nos ajudou muito, sempre tive apreço grande. No futebol acontecem dessas coisas, são carreiras curtas e as pessoas são imediatistas. O Alan Kardec é passado.”
Dirigentes no Morumbi ‘deram de ombros’ aos ataques.
Quem perdeu de verdade foi o time de Gilson Kleina.
Ficou sem seu melhor jogador.
Por pura intransigência e amadorismo do seu presidente.
O São Paulo comemora a contratação do artilheiro de 25 anos.
E ainda cobiça o volante Wesley do rival…
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