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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Trio que “vendia coxinha de carne humana” não tem problemas mentais, diz laudo médico

De acordo com a polícia, a carne dos corpos das vítimas era fatiada, guardada na geladeira e consumida pelo trio.

Um laudo técnico atestou que os três acusados de crimes de canibalismo em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, ocorridos no ano passado, não têm problemas mentais. Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva foram avaliados pelo Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, a pedido do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Os laudos foram solicitados em dezembro de 2012 pela juíza Maria Segunda Gomes, emitidos na última quarta-feira (20) e entregues à Justiça na sexta (22).
Com o laudo, o TJPE confirma que os réus passam a ser imputáveis, ou seja, respondem pelos atos que cometeram. Os crimes foram descobertos em abril do ano passado. Pelo menos três mulheres foram encontradas mortas, enterradas em quintais de casas de Garanhuns e Olinda. Os três permanecem presos e ainda não foi marcada a data do julgamento.
Em outubro do ano passado, houve a primeira audiência de instrução e julgamento do trio em Olinda. Na cidade, eles respondem por três crimes: homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio (violação) e ocultação de cadáver. A vítima é Jéssica Camila da Silva Pereira, no ano de 2008. O trio também responde por duas mortes em Garanhuns, no Agreste do estado. Todos os homicídios têm traços de violência, canibalismo e rituais macabros.
Entenda o caso
O inquérito relata que Jéssica Pereira era moradora de rua, tinha 17 anos, uma filha de um ano e aceitou viver com os acusados. Eles planejaram ficar com a criança depois de matar a mãe. Em Garanhuns, as vítimas foram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, mortas, respectivamente, em fevereiro e março do ano passado.
De acordo com a polícia, a carne dos corpos das vítimas era fatiada, guardada na geladeira e consumida pelo trio. A criança, inclusive, também teria comido da carne da mãe. Eles teriam até utilizado parte da carne das vítimas para rechear coxinhas e salgadinhos que vendiam em Garanhuns.
Os acusados afirmam fazer parte da seita Cartel, que visa a purificação do mundo e o controle populacional. A ingestão da carne faria parte do processo de purificação. O caso veio a público depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento. Os acusado usaram o cartão de crédito da vítima em lojas de Garanhuns e foram localizados. Uma publicação contendo os detalhes dos crimes – registrada em cartório – foi encontrada na casa dos réus. Para a Polícia Civil de Pernambuco, não há possibilidade de outras mortes terem sido praticadas pelo trio no estado.

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