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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ARTIGO: ''SE TIVER QUE BRIGAR NA POLÍTICA, ENTRE PARA GANHAR''




   No jogo da política, por mais pacífico e sensato que você seja sempre chega o momento do conflito, a ocasião em que você vai ter que “entrar numa briga”.
   A conhecida frase de Oscar Wilde, um homem nunca será julgado demasiado prudente por escolher seus inimigos, é muito oportuna para o tema desta coluna.
   Há algumas normas que orientam o político em como sair-se bem de um conflito. Elas devem ser estudadas e avaliadas em função da situação específica de conflito em que você se encontrar.
   Escolher o inimigo é uma prova maiúscula de vigor e de determinação.

   1. Sempre que possível, você deve escolher seu inimigo
   Esta decisão não deve ser entregue aos seus adversários. Em meio ao "tiroteio" verbal de uma sessão plenária, dentre os vários "alvos" possíveis, você deve escolher o que mais lhe convém.
   A escolha do inimigo também é uma maneira de definir o seu papel. O inimigo que você escolhe:
·  Deve ser a principal ameaça à sua candidatura;
·  Pode ser derrotado por você;
·  Vencendo-o nos debates e confrontos você prova a consistência da sua mensagem e a sua força como candidato;
·  Mostrando que não o teme, que pode vencê-lo você pode atrair eleitores de outros candidatos para sua candidatura
   Escolher o inimigo é uma prova maiúscula do vigor e da determinação. Tanto é assim que candidatos que estão atrás nas pesquisas procuram polarizar com quem está à frente, porque, se tiverem sucesso em atraí-lo para o confronto, conseguem um "upgrade" nas suas candidaturas.
   2. Não é em qualquer "briga" que você deve entrar

   Há conflitos em que você tem interesse em entrar, assim como há aqueles que você deve evitar a todo o custo. Esta é uma decisão que precisa ser iluminada pela estratégia da campanha. Há situações em que você é atacado com um nítido objetivo "provocador". Em outras palavras, o objetivo é desviá-lo do seu foco de seu governo, fazê-lo perder tempo e dinheiro respondendo, colocá-lo na defensiva e criar a suspeita junto ao eleitorado.
   Nestas situações, dependendo da gravidade da acusação e da importância que o eleitor atribui a ela, você 
   1 - ignora o ataque; 
  2 - manda que alguém da sua equipe, ou políticos que o apóiam, responda de maneira cabal a acusação e a denuncie perante o eleitorado (esta é uma forma de rebaixar seu acusador);  
   3 - Você mesmo vem a público para desqualificá-la com elementos factuais e para denunciar o expediente usado por seu adversário, aos eleitores.
   Atenção: Você somente deve entrar pessoalmente no conflito, se for julgado que não pode evitá-lo de outra forma. Não se apresse a sair a público respondendo cada declaração que o incomoda. É preciso julgar estrategicamente a situação antes de decidir como agir. Há ocasiões em que a acusação ou declaração não seria levada a sério pelo eleitor, ou poderia ser com eficiência respondida por um escalão mais abaixo, e que o candidato, ao responder pessoalmente, dá a ela o combustível de controvérsia que necessitava para prosperar. Esta é a forma mais acabada de fazer feliz o provocador e jogar a favor da estratégia dele.
   3. Conheça seu adversário

   O candidato somente deve entrar pessoalmente no conflito, se chegar a conclusão de que não pode evitá-lo de outra forma
   Para sair-se bem de situações de conflito, é fundamental conhecer bem seus adversários. Conhecer bem significa: entender as razões do seu comportamento, os traços principais de sua personalidade, e os limites a que é capaz de ir num conflito. Não é preciso ser terapeuta para adquirir este conhecimento. A história de vida dele, episódios anteriores de conflito em que se envolveu, os auxiliares que o cercam e nos quais confia e informações pessoais, são suficientes para chegar a um conhecimento satisfatório de suas intenções, caráter e comportamentos previsíveis.
   A primeira providência para quem vai entrar numa "briga política" é saber com quem vai brigar. Uma "briga política" não é uma "briga de rua", inesperada e imprevisível. É um ato político, análoga a uma "luta de boxe", com o público acompanhando cada lance, apostando em quem vai vencer e formando uma opinião sobre os lutadores quando ela terminar. O pior que pode acontecer numa "luta política" é subestimar o adversário e ser surpreendido, em meio à luta, por sua estratégia e seus golpes, sem possuir uma resposta à altura.
   4. O objetivo é ganhar a luta e conquistar o público

   Parece óbvio, mas não é. Muitos políticos entram na "briga" com o objetivo exclusivo de liquidar com seu adversário, ainda que, para isto, destruam a sua candidatura. Esta é a "briga do ódio". Não é uma luta política, e sim um conflito pessoal. Portanto, cuide-se para não cair nesta tentação e cometer este erro.
   Outros políticos entram na "briga" para restabelecer a justiça a seu respeito. Injustiçados pela acusação ou declarações, sua motivação principal é ressarcir-se moralmente. Esta é a "briga do orgulho ferido". Ela somente se justifica quando o impacto eleitoral negativo revela-se realmente importante e substancial. Nos casos em que a acusação feriu a imagem de honestidade, não há escolha, você tem que entrar na briga com tudo que tiver a seu favor e partir de imediato para o ataque, saindo da defensiva para uma posição ofensiva.
   Mas há outros casos bem menos relevantes, ou que, embora relevantes para o candidato, não o são para o eleitor, que, muitas vezes, nem tomou conhecimento do assunto. Não esqueça nunca que, para estes casos, a melhor punição infligida ao seu adversário é a sua vitória! Concentre-se nela e com ela virá o ressarcimento moral que você buscava.

   Há ainda outros candidatos com sensibilidade exacerbada que se julgam sempre em questão, e a respeito dos quais nada pode ser dito que os contradiga sem que sintam-se no dever moral de contestar e se explicar. Estes são os mais fáceis de desequilibrar pela provocação oportunista.
   Muitas vezes são pessoas que gozavam, na sua fase pré-política, de elevado status e grande respeitabilidade, que eram alvos de gestos de deferência e consideração, e que pretendem que o mundo cínico e competitivo da política se adapte a eles. Estas pessoas precisam, com urgência, se conscientizar da realidade da política e decidir se estão dispostos a encará-la, por que o mundo da política não vai mudar.
   5. A "briga" tem que produzir um vencedor

   O conflito político, como um tipo de movimento dentro de um jogo, exige uma resolução, precisa, portanto, de um vencedor
   O conflito político, como um tipo de movimento dentro de um jogo, exige uma resolução. O público que "torce" pelo seu favorito assim espera e depende da resolução para formar sua opinião.
   Não se esqueça nunca, a "briga política" não se reduz aos contendores. Ela visa a influência sobre os formadores de opinião e sobre os eleitores. Quem venceu a briga está carregado de razões, foi injustiçado, é o melhor, fala a verdade, merece confiança, tem convicções fortes e consistentes, etc etc.
   O que importa na "luta política" é convencer o eleitor da sua superioridade, persuadi-lo de que você merece o seu voto, desqualificar quem ousou atacá-lo, e, como conseqüência final, eleger-se.
   A "briga" sem vencedor confunde o eleitor, que tende a punir os dois, ou a decidir arbitrariamente quem, na sua opinião, saiu se melhor. Por estas razões, a recomendação apresentada no título desta coluna é uma orientação que não deve ser ignorada.



Artigo de Francisco Ferraz


   Fonte: www.politicaparapoliticos.com.br

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