Apenas em 2014, recuperação de acidentados por motocicletas custou R$ 1,2 bilhão ao Estado
As cinquentinhas ainda precisam andar na linha em Pernambuco. Segundo o Comitê de Prevenção aos Acidentes de Motos (Cepam), as vendas registram, atualmente, um crescimento de 12%, acompanhando o mesmo volume de acidentes. De janeiro a abril, 250 mortes sob duas rodas se uniram às estatísticas. No mesmo período, dos 100 atropelamentos registrados, 30% foram originados por motos. Diante disto, as motocicletas de 50 cilindradas estão no foco de novas campanhas dos órgãos de trânsito para coibir as recorrentes infrações. A estimativa é de que mais de 250 mil veículos desse porte estejam em circulação no Estado. O desrespeito às normas de segurança ainda salta aos olhos e os cidadãos seguem na linha do perigo.
De acordo com o Detran-PE, 111 ciclomotores foram emplacados após as novas regras entrarem em vigor. Nos últimos 35 dias, 198 condutores foram autuados por irregularidades, culminando em 165 apreensões. “Reconhecemos a importância de falar diretamente com a população, trazendo-os a essa nova realidade. A nossa cultura por muito tempo enxergou essas pequenas motos como se fossem bicicletas, causando atrativo a todas as idades, sobretudo pessoas despreparadas”, explica a coordenadora de educação de Trânsito, Luciana Carvalho. Segundo ela, uma nova campanha estará nas ruas até o final de setembro. “Vamos atuar em pontos estratégicos, sobretudo nas periferias. É preciso mudar esse quadro”.
Pela norma, os veículos deverão sair da loja já emplacados, assim como os carros e as motocicletas. O cronograma dita que as aquisições até 31 de julho terão o prazo até o final de novembro, mas desde já precisam circular com a nota fiscal e utilizar capacete. Já o grupo mais antigo, a grande maioria, terá o limite apenas até o dia 11 do mesmo mês para se adequar. Apenas no último ano, a conta do Estado ultrapassou R$ 1,2 bilhão na recuperação de feridos por motocicletas. O teto equivale a R$ 230 mil por cada um deles. O coordenador do Cepam-PE, João Veiga, diz que é preciso ter pressa. “ As lojas não param de vender e as pessoas, na maioria jovens, seguem perdendo suas vidas”, afirma o gestor, que continua: “Os orçamentos estão cada vez mais enxutos e sujeitos a cortes. Não há mais dinheiro para receber e tratar tantas vítima”, disparou.
Fonte: Folha de Pernambuco
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