Velhos aliados são novos adversários…
O Governo Dilma vem sofrendo com a oposição. No Estado, no entanto, a situação apresenta semelhanças. Hoje, PSB se depara com uma posição mais forte do que nunca. Mesmo tendo costurado uma coligação com 21 partidos nas eleições do ano passado, o governador Paulo Câmara (PSB) enfrenta uma bancada oposicionista ferrenha, que conta com 13 membros, entre eles, os deputados Sílvio Costa Filho PTB), Edilson Silva (Psol) e Teresa Leitão (PT).
Sem dar tréguas, os oposicionistas expuseram, na última terça-feira, a situação da educação no Estado. Teresa Leitão, que é presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, acusou o governador e não cumprir sua promessa de campanha, que revia um aumento de 100% o piso salarial dos professores, apesar de o governo ainda ter quase quatro anos ela frente.
O deputado estadual Edilson Silva, eleito pela primeira vez com o apoio do PMN, estreou na Assembleia Legislativa com o discurso afiado e tem elevado o tom contra o governo de Paulo Câmara, que já começou o seu mandato tendo que encarar uma crise no sistema prisional, diminuição de receitas e paralisação de obras estruturais.
Depois das recentes rebeliões no sistema carcerário, o deputado Sílvio Costa Filho decidiu convocar o secretário da Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, para uma audiência pública, realizada na última quinta-feira. Em seu discurso, o petebista falou sobre o aumento de 28% da violência no Estado, no último ano. Após a audiência, Pedro Eurico reconheceu que a atual oposição está mais aguerrida. “Hoje eu percebo uma configuração diferente na Assembleia Legislativa. Mas eu espero mais da oposição, eu espero mais informações”, destacou.
A configuração da atual bancada oposicionista estadual é inédita. A aliança histórica entre o PT e PSB foi quebrada após os socialistas lançarem candidato próprio à Prefeitura do Recife, em 2012. Por sua vez, o deputado Sílvio Costa Filho, que hoje é o líder da bancada oposicionista, foi aliado do governo do PSB durante a gestão do ex-governador Eduardo Campos, mas saltou para o outro lado após o seu partido lançar candidato próprio nas eleições estaduais do ano passado.
O petebista chegou a dizer que, nos últimos anos, houve um “déficit de oposição no Estado” e se disse preparado para cumprir o novo papel. “Me sinto muito a vontade de poder tratar desse tema, porque nós do PTB não mudamos de caminho, quem mudou foi o próprio PSB”, justificou.
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