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sexta-feira, 2 de agosto de 2013


24 anos de saudade, sem o rei do baião...

Grande Lua...

Quanta Saudade...


Era quarta-feira. Tudo seguia normal na capital pernambucana, onde seus ônibus elétricos cortavam a ''Cidade Maurícia''. Luiz (ambiguamente) era notícia por 2 motivos: seu disco recém-lançado ''Vou te matar de cheiro'' (que seria seu derradeiro trabalho) estava fazendo a festa no mês junino e, infelizmente, seu estado de saúde. Após exames de saúde no fim de 1987, Lua foi diagnosticado com um câncer na próstata. 


Doença e médico eram coisas que ele odiava. Talvez, esses fatores ajudaram sua família na decisão de esconder de Luiz a informação que tinha um terrível câncer. Quando indagava sobre sua saúde, afirmavam-lhe as dores como Osteoporose. Qualquer papo sobre morte com o velho Lua era inútil. Não gostava de tocar no assunto. A única forma de contato com sua morte era o ''Parque Aza Branca'', hoje seu museu e jazigo. 

O último show de Luiz Gonzaga foi em 06 de junho de 1989, no Centro de Convenções, em Recife. 

Recebendo homenagens de vários artistas do país, parecia uma despedida. Antes de acabar o show, o Rei do Baião proferiu essas palavras, sentado em sua cadeira de rodas e já bastante debilitado pelas dores nas pernas, ocasionado pela metástase nos ossos:
- Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. 

Foi aplaudido de pé por vários minutos.

Em 21 de junho de 1989, às 10 h da manhã, Gonzaga foi levado ao Hospital Santa Joana, próximo ao Hospital da Restauração, ainda em Recife, onde ficou 42 dias internado. Mesmo lutando e aguentando bravamente, o Rei adormeceu para a eternidade em 02 de agosto de 1989, às 05h15 da manhã, no mesmo hospital que fora internado. Na Veneza Brasileira, dava seu último aboio. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 de agosto. Uma multidão se aglomerou na ''casa do povo'' para dar adeus ao Rei.

Após a homenagem dos pernambucanos embebidos de tocante tristeza, seu esquife foi levado para Juazeiro do Norte, a "Meca Nordestina", onde teve um segundo velório, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Onde repousam os restos mortais de Padre Cícero, de quem Luiz tinha bastante respeito e devoção). 

Além da transmissão de todo agradecimento possível do povo para o Rei em Juazeiro, lá ficou também registrada uma polêmica. As palavras de Gonzaguinha, ainda no aeroporto de Juazeiro, sobre o velório em Juazeiro, foram ríspidas: 
- TUDO BEM, VAMOS ENTRAR NA CIDADE. SE O POVO QUER, QUE PODEMOS FAZER? – disse o ''cantor rancor''.

Isso deu o que falar na região do Cariri.

Após passar na terra do Padim Ciço, o corpo do Rei do Baião chegou finalmente em seu querido Exu no fim da tarde do dia 03. Foi levado para a Igreja Matriz da cidade, onde foi velado durante o resto da noite. No dia 04, saiu para o sepultamento no Cemitério São Raimundo às 15h45. As coroas de flores espalhadas na Igreja de Bom Jesus dos Aflitos foram oferecidas pelo povo, amigos, conterrâneos e fãs de Luiz Gonzaga. Faziam desse último caminho do Rei um momento silencioso, de reverência e respeito ao filho mais ilustre do Araripe.

Levado no carro do Corpo de bombeiros e passando por diversas ruas da cidade até o Cemitério São Raimundo, onde aconteceram as últimas manifestações de carinho para um dos expoentes culturais mais importantes da Música. 

Depois que Gonzaguinha, Dominguinhos, Alcymar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantaram a música ASA BRANCA às 16h50, Luiz Gonzaga era embalado no seio da terra querida, naquela linda sexta feira, mesmo dia da semana que ele nascera. Outra coincidência é que ele morreu no amanhecer do dia, assim como nasceu no amanhecer do dia 13 de dezembro de 1912.


"Nasce o homem, fica o nome". Assim cantava na música ''o Adeus da Asa Branca'', em homenagem a Humberto Teixeira, gravada em 1980. E o nome dele, ficou. Cravado e intocável no pensamento do povo nordestino, é importante registrar uma de suas últimas palavras na UTI do hospital, explicando porque cantava durante o tratamento:

- Vocês não me levem a mal, mas sinto muitas dores. Gosto de aboiar quando deveria gemer. 

Há 24 anos, a vida de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, chegava ao fim. Gonzagão continua na memória, cultura e nas lembranças dos brasileiros, principalmente dos nordestinos. Ninguém cantou como ele, as dores e as alegrias do povo sertanejo. Nenhum outro marcou como ele, a música brasileira.


" Nossa Homenagem singela ao Pernambucano do

século 


XX e o maior Nordestino de todos os tempos. "


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