Em um laboratório de testes perto do aeroporto de Frankfurt, uma pequena equipe da Lufthansa trabalha há cinco anos para refinar um dos conceitos mais sigilosos da companhia, em um projeto chamado de "conceito V".
Com dois metros de comprimento, quase 60 centímetros de largura e um aconchegante apoio almofadado para os pés, o "conceito V" é a mais recente arma da empresa na feroz competição do setor mundial de aviação: uma poltrona de classe executiva.
Ela não é a única. Bilhões de dólares estão sendo investidos em pesquisa e desenvolvimento pelo setor. Arquitetos e até mesmo projetistas de iates foram convocados para rechear as novas poltronas de inovações de engenharia e recursos luxuosos.
A fabricação de uma poltrona de classe executiva pode custar até US$ 80 mil. Os modelos de primeira classe, produzidos sob encomenda, custam até US$ 500 mil.
"Há uma corrida armamentista em curso entre as companhias de aviação", diz Bob Lange, vice-presidente da Airbus. "A classe executiva é o segmento no qual a concorrência é realmente séria", afirma Björn Bosler, gerente de experiência de usuário na Lufthansa.
Os viajantes de primeira classe e classe executiva respondem por 10% a 15% do total de assentos vendidos nos voos de longa distância, mas geram metade do faturamento de companhias de aviação como a Lufthansa e a British Airways, diz Samuel Engel, vice-presidente da consultoria de aviação ICF SH&E.
A disputa por esse passageiro, que tem dinheiro ou trabalha em empresa que banca suas viagens, conta com o bom design para contornar a limitação do espaço interno de um avião.
"A poltrona é um dos poucos elementos que uma companhia de aviação pode de fato criar a seu gosto", afirma Patricia Bastard, arquiteta e designer que trabalhou com a Air France no desenvolvimento de suas cabines de primeira classe. "As poltronas são únicas de cada companhia aérea."
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