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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Polícia prende suspeitos de assassinar advogada no Agreste

Prisões ocorreram durante operação nas áreas urbana e rural de Bezerros.
Cinco pessoas foram presas, três delas são suspeitas de ter participado.

Suspeitos estão na delegacia de Bezerros (Foto: Amanda Dantas/ TV Asa Branca)
A Polícia Civil realizou na manhã desta quinta-feira (23), nas áreas rural e urbana de Bezerros, no Agreste de Pernambuco, a “Operação Themis” para prender suspeitos de assassinar a advogada Severina Natalícia da Silva, de 45 anos. A advogada estava desaparecida desde o dia 5 de dezembro do ano passado e o corpo dela foi encontrado no mesmo mês carbonizado dentro de um veículo em um canavial no município de Água Preta, na Mata Sul.
De acordo com o diretor integrado da Polícia Civil do Interior I, Salustiano Albuquerque, foram cumpridos três mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Participaram da operação 50 policiais civis.
Cinco pessoas foram presas, três delas são suspeitas de envolvimento no assassinato da advogada e duas foram presas por posse ilegal de arma de fogo. Albuquerque não divulgou como a polícia chegou até os suspeitos, mas informou que a motivação do crime tem ligação com a atividade de advocacia exercida pela vítima. Os presos estão na delegacia de Bezerros.
Segundo ele, os detalhes da operação serão divulgados nesta sexta-feira (24), às 9h30, em uma coletiva de imprensa, na sede da Polícia Civil, no Recife.
Polícia divulga imagens do caso
Durante uma coletiva no dia 6 de janeiro, a polícia apresentou fotos de sandálias e de um anel que pertenciam a advogada, além de outros passos da investigação. Algumas destas investidas foram a análise de um carro carbonizado e a procura do corpo no Açude do Prata, em Barra de Guabiraba, no Agreste - tais informações foram passadas por denúncias anônimas, mas não tinham ligação com o caso.
Anel de graduação ajudou a identificar o corpo. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Junto ao corpo, foram encontrados projéteis e restos de pneus usados para carbonização, relatou a polícia. O delegado Bruno Vital, responsável pelas investigações, também comunicou que a morte já é tratada oficialmente como homicídio e que não houve sequestro. Segundo ele, “o termo 'sequestro', de acordo com o Código Penal, não pode ser aplicado. Até porque ela foi tomada no sentido de ser assassinada. Não houve sequestro, extorsão, pedido de resgate nem qualquer tipo de contato com a família”. Como as investigações ocorrem sob sigilo, Vital ateve-se a dizer que “a partir de agora, as diligências focarão em colecionar provas em função de encontrar aqueles que cometeram esse crime”.
A advogada Maria Helena dos Santos, diretora da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Caruaru, esteve presente à coletiva. Ela ressaltou os últimos casos envolvendo profissionais do Direito. “Nos últimos tempos, o crime está batendo às portas do Judiciário. Tivemos recentemente a morte de um promotor, temos agora de uma profissional advogada em plena militância, o que muito nos entristece. Ela deixou um legado de profissionalismo, de ética, cumpriu com o dever dela”, comentou.
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Sandália também contribuiu para identificação. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
O presidente da OAB em Pernambuco, Pedro Henrique Reynaldo, falou sobre uma hipótese do caso. “Nossa colega ter sido morta no exercício da profissão é uma possibilidade que remonta não só o interesse da sociedade em geral, mas, da OAB, do Ministério Público, do judiciário, pois todos que tem como profissão lutar pelo ideal da justiça foram atingidos por um crime bárbaro desta natureza".
Sepultamento
O adeus à advogada ocorreu no dia 6 de janeiro e foi marcado pela tristeza de parentes e amigos. O corpo da advogada foi velado no prédio onde ela morava, às margens da BR-232, no Distrito de Encruzilhada de São João, em Bezerros, no Agreste.

Muitas pessoas compareceram ao local para se despedir da advogada, entre elas, o sobrinho da vítima, Veronildo Martins. “O que esperamos é que seja feita justiça, só isso”, disse. Os parentes e amigos usaram camisas com a imagem da advogada e o pedido de justiça. Algumas faixas com mensagens foram colocadas na fachada da casa dela e também nas residências vizinhas. Uma bandeira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi colocada em cima do caixão. Um dos vizinhos de Severina Natalícia, Alcides Joaquim, afirmou que ficou muito abalado. “Isso deixou toda a população chocada e triste. Estou sofrendo muito com a perda dessa amiga”, comentou.
Corpo foi procurado no Açude do Prata, no Agreste. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Alunos e funcionários da Escola Estadual Nicanor Souto Maior, onde a advogada era vice-diretora, também foram ao velório. A professora Shirlei Florêncio, que trabalhou com ela durante 20 anos, descreveu algumas características. “Ela era um ser humano lindo, evoluído, uma pessoa que eu podia contar, uma amiga, uma mãe. Que Deus a abençoe”.
Desaparecida em dezembro
Severina Natalícia estava desaparecida desde o dia 5 de dezembro. O corpo encontrado no mesmo mês foi confirmado como sendo dela depois de exame da arcada dentária, além de alguns objetos pessoais encontrados junto ao corpo.


Segundo Maria Helena dos Santos, diretora da OAB em Caruaru, a conclusão das investigações deve sair em breve. “Pedimos apenas um pouco mais de paciência. As investigações estão bastante avançadas, quase em fase de conclusão. O sigilo ainda permanece para garantir a eficácia da investigação”, disse.


Muitas pessoas compareceram ao local para se despedir da advogada (Foto: Reprodução/TV Asa Branca)
O corpo da advogada foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife no dia 6 de janeiro. Duas irmãs de Severina compareceram à instituição com blusas estampadas com a foto da advogada no dia em que ela se formou em direito.
Severina Natalícia, além de trabalhar como vice-diretora de uma escola, advogava em causas previdenciárias e nunca falou nada sobre ameaças - contou a irmã, Maria Helena da Silva. "Não tem explicação. No dia que Severina saiu de casa [e desapareceu], eu mesma a deixei no colégio", recorda.

O presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Reynaldo Alves, explica que uma das hipóteses para a morte de Severina Natalícia pode estar relacionada a uma causa previdenciária na qual ela trabalhava. "Há fortes evidências da motivação do crime estarem ligadas ao exercício da profissão dela, o que nos preocupa. [...] Estou certo que o caso está muito perto de um desfecho", aponta.



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Advogada Severina Natalícia da Silva teria sido levada por homens encapuzados. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Entenda o caso



De acordo com as investigações, Severina Natalícia da Silva voltava à noite do Colégio Nicanor Souto Maior, no Bairro Indianópolis, em Caruaru, e seguia para casa, em Encruzilhada de São João, no município de Bezerros.



A polícia acreditava na possibilidade de sequestro, já que uma testemunha teria visto dois homens encapuzados levando-a para dentro de um carro. De acordo com o sobrinho da vítima, Veronildo Valdomiro Martins, a família da advogada pediu o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Pernambuco, para ajudar nas investigações.
O desaparecimento da advogada foi tratado em uma reunião realizada no dia 19 de dezembro em Caruaru pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subsecção Caruaru e seccional Pernambuco. Durante a reunião o delegado Bruno Vital informou que havia uma possibilidade da vítima ter sido assassinada. “Possivelmente, o crime está ligado ao exercício da profissão. Estamos realizando diligências de todos os tipos para identificar a autoria e a motivação deste crime”, disse.

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