Tite começou bem no seu primeiro dia – ainda que só como entrevistado – como técnico da Seleção Brasileira. Simples, desapegado de vaidade, dizendo-se disposto a continuar aprendendo com erros e acertos, apesar da carreira extremamente vitoriosa, Adenor Bacchi, 55 anos, viveu uma segunda-feira de “turbilhão de sentimentos”, com ele mesmo definiu.
Um dia especial, que começou bem cedo, pela manhã, quando foi oficializado no cargo, e continuou ao desembarcar no Rio de Janeiro, no Aeroporto Santos Dumont. A primeira coisa que fez, ainda em São Paulo, foi telefonar para a mãe, dona Ivone.
– Teu filho é o técnico da Seleção, disse. Ela chorou e me deu a bênção. Gente, sou ser humano. Estou muito feliz. Quando desembarquei no aeroporto, alguém me disse que agora eu teria uma torcida de 200 milhões de pessoas, e no trajeto até a CBF confesso que as pernas tremeram. Até agora estou meio tonto com tudo o que está acontecendo.
O turbilhão de emoções vivido por Tite continuou na visita ao Museu Seleção Brasileira. Como todos que lá vão, ficou emocionado com a exibição do filme “Somos Todos Futebol”, uma coletânea de imagens das cinco conquistas mundiais do Brasil.
Depois, já dentro do Museu, escutou a narração de gols da Seleção Brasileia e parecia extasiado em ver à sua frente, devidamente registrada, a história vitoriosa do futebol brasileiro.
– Tite, qual a primeira Copa do Mundo que vem à sua lembrança?
– Foi a Copa do Mundo de 1970. Tinha 9 anos e escutei os jogos pelo rádio lá em Caxias (RS). Me lembro especialmente do gol do Clodoaldo, que recebeu um passe do Tostão e empatou o jogo contra o Uruguai. Saí pela casa pulando de felicidade.
Tite elogiou o rico acervo do Museu Seleção Brasileira pela possibilidade de remeter a fatos que pareciam perdidos na memória. A Seleção Brasileira de 1982 mereceu uma citação, como também os dois técnicos que considera referências na carreira.
– Aquela Seleção de 1982 tinha Cerezo, Sócrates, Falcão e Zico como jogadores de meio-campo, posição pelo qual sou fascinado. Se tivesse que citar uma escola de futebol, seria a do seu Telê e a do Ênio Andrade.
Em uma prova de seu desapego, também profissional, Tite se quer cogitou ser o técnico da Seleção Olímpica que tentará a medalha de ouro nos Jogos do Rio 2016.
– Até por uma questão de respeito, o Rogério Micale vem há um ano e meio realizando um trabalho na Seleção Olímpica e merece continuar.
A prioridade na Seleção Brasileira – ele deixou bem claro – é a classificação para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, em meio às Eliminatórias já inciadas e na qual o Brasil ocupa a sexta colocação.
– A realidade é esta e dela não podemos fugir. A situação de momento não é boa, mas temos jogadores de qualidade, e principalmente, com potencial de crescimento para formar a Seleção.
Tite quer classificar o Brasil como forma também de agradecimento ao torcedor brasileiro.
– Quero a Seleção Brasileira vencendo e jogando bem. Seria uma forma de dar ao torcedor brasileiro a alegria que estou sentindo agora.
Na visita ao Museu, Tite estava acompanhado do presidente da CBF Marco Polo Del Nero, dos diretores da entidade e de seus companheiros de comissão técnica Edu Gaspar, Cléber Xavier e Mateus Bacchi.
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