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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Caruaruense cria startup e concorre em competição mundial

Caruaruense cria startup e concorre em competição mundial

A pernambucana Epitrack foi criada por Onício Leal, biomédico egresso da Faculdade Asces, epidemiologista e mestre em Saúde Pública, e Jones Albuquerque, PhD em Ciência da Computação. Atualmente conta ainda com Juliana Perazzo Ferreira, fisioterapeuta, epidemiologista, com especialização e mestrado em Saúde Pública e doutoranda em Ciência da Computação. A Epitrack atua no que o mercado chama de “eHealth”: aplicativos e solução de Internet em conjunto com outras tecnologias de informação, focada na melhoraria do acesso, da eficiência, da efetividade e da qualidade dos processos clínicos e assistenciais necessários a toda a cadeia de prestação de serviços de saúde.

A empresa surgiu com a ideia de criar mecanismos para facilitar a coleta colaborativa de dados de ocorrências epidêmicas e mapeamento de surtos de doenças infecciosas. É responsável por aplicativos como “Saúde na Copa (2014)” e “Guardiões da Saúde (2015/2016)” (Brasil), “Flu Near You” (EUA e Canadá), “Salud Boricua” (Porto Rico), utilizados para identificar cenários de epidemias de síndromes respiratórias (Influenza), diarreica ou exantemática (inclusive por arbovírus como Dengue, Chikungunya e Zika).

A ideia é encorajar os usuários a compartilhar e descrever os sintomas, coletando os dados colaborativos que geram mapas interativos e mostram os locais afetados em diferentes áreas. O objetivo das plataformas, sites e aplicativos, é identificar rapidamente o risco de surtos e epidemias de doenças infecciosas para gerenciar a resposta efetivamente. Esses dados transmitidos em tempo real permitem que autoridades de saúde analisem cenários de risco. Quando é identificado um grupo de usuários com mesmos sintomas, no mesmo espaço e tempo, pode ser um indicativo de surto. Então as equipes de vigilância epidemiológica podem atuar na investigação e interrupção oportuna de ocorrência, agindo de forma mais rápida. Todas essas plataformas se encaixam na área que é conhecida como Detecção Digital de Doenças (DDD).

O financiamento do The Venture capacitaria o finalista brasileiro a dar andamento a um projeto para expandir as plataformas de detecção digital de doenças e integrá-las a biossensores com base em abordagem molecular. Desde 2015, a Epitrack realiza uma parceria com o LIKA-UFPE, laboratório que desenvolve pesquisas há 30 anos e desde 2005 utiliza a abordagem de biossensores, dispositivos que coletam pequenas quantidade de sangue e que são capazes de gerar diagnóstico para diversas doenças, incluindo não-transmissíveis, como o câncer. A parceria Epitrack-Lika gerou a oportunidade de desenvolvimento conjunto de uma solução baseada em biossensores e detecção digital de doenças para entender como o câncer tem se distribuído nas populações, favorecendo a compreensão epidemiológica da doença que representa um dos grandes problemas de saúde no mundo.

Seria possível, por exemplo, construir cenários epidemiológicos para câncer de mama, próstata e colo do útero, ampliando o número de exames realizados em todo o continente americano. Os recursos do prêmio seriam utilizados para expandir a área de atuação da startup e melhorar o laboratório de pesquisas, ampliando ainda contratações no campo de biologia molecular e de engenheiros de hardware.

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