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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Brasileiro resgata dinheiro da poupança para consumir, diz professor

Inflação corrói rendimento da poupança / Marcos Santos/USP Imagens
Dados divulgados pelo Banco Central esta semana mostram que, nos primeiro quatro meses de 2015, os brasileiros realizaram o maior volume de retiradas da poupança desde a implantação do Plano Real em 1994. Foram mais de R$ 29 bilhões resgatados. Com os juros e inflação elevados, a caderneta perde a atratividade como investimento, mas para o professor de finanças Alexandre Cabral, os saques não foram realizados com o intuito de buscar opções mais rentáveis, mas sim para pagar contas.
“Boa parte disso está indo para consumo. Temos dois dados ruins, com o desemprego aumentando e o salário do brasileiro perdendo para inflação”, comentou.
No primeiro trimestre a taxa de desemprego no Brasil aumentou para 7,9%. Há um ano esse percentual era de 7,2%, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), medida em todos os 26 Estados e no Distrito Federal. Além disso, com inflação em 8,17% até abril, ganho real do salário nas negociações dos sindicatos fica mais distante.
Cabral também dá como dado a captação do Tesouro Direto, que vem crescendo num ritmo normal, mas tem um patrimônio de R$ 15 bilhões, bem abaixo dos saques realizados na poupança este ano e do total da caderneta, de R$ 630 bilhões.
“Esses resgates não estão indo para o Tesouro Direto”, argumenta. A captação líquida dos fundos de investimento no País foi de R$ 10,9 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) este ano até abril.
“Não consigo ver reversão no curto prazo, a não ser que a inflação se estabilize. Mas não vejo esse número de quase R$ 30 bilhões voltar para poupança”, salientou o professor.
Pela regra atual, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Essa fórmula está em vigor desde o fim de agosto de 2013, quando a Selic ultrapassou o patamar de 8,5% (hoje a taxa está em 13,25% ao ano). Com isso, até março, a aplicação mais popular do país rendeu 1,72% este ano contra uma inflação de 3,83% (até março) em comparação feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “A poupança está levando uma surra da inflação. Do tipo eu lutando contra Anderson Silva.”
Cabral também alerta para outro fator gerado pelos saques da poupança. A Caixa Econômica Federal (CEF) que possui cerca de 35% de todo o estoque da poupança brasileira começa a perder gordura para emprestar dinheiro para habitação. Segundo as regras, 85% da captação da poupança tem de ir para o financiamento habitacional.
As restrições de crédito realizadas pela Caixa nas últimas semanas pode ser um indicador das dificuldades que o banco enfrenta com os resgates. “Sem dinheiro novo não se pode financiar habitação”, comentou, apesar de argumentar que a maior exigência da Caixa para financiar imóvel usado veio da pressão do setor imobiliário, que viu o seu filão de imóveis novos com mais dificuldades de crédito do que no mercado de usados.
No início de abril a Caixa aumentou os juros e a exigência de poupança para imóveis novos e duas semanas depois também passou a restringir os financiamentos para os usados. Antes o mutuário só precisava entrar com uma economia de 20% do imóvel, mas com as novas regras ele terá de ter guardado 50% para dar de entrada no financiamento.

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