Ex-diretor da Petrobras é condenado a cinco anos de prisão
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi condenado a cinco anos de prisão – em regime, inicialmente, fechado – pelo crime de lavagem de dinheiro. A decisão do juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, é da tarde desta terça-feira (26). Esta é a primeira condenação de Cerveró, que também é réu em mais uma ação penal e já está preso em Curitiba.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Nestor Cerveró adquiriu para si, mas em nome de uma empresa, um apartamento de luxo no Rio de Janeiro com dinheiro que recebeu como propina na Petrobras. Ele simulou um contrato de locação do próprio imóvel para justificar o uso.
O imóvel, localizado no Rio de Janeiro, no bairro de Ipanema, foi adquirido por R$ 1,532 milhão pela empresa Jolmey. Conforme a denúncia, a offshore foi constituída no Uruguai por Cerveró e o advogado uruguaio Oscar Algorta, e posteriormente no Brasil, quando ingressou no país com capital de R$ 2,6 milhões. O dinheiro foi utilizado, segundo os procuradores, para adquirir o apartamento, para empreender uma reforma de R$ 690 mil no imóvel, e para bancar impostos e honorários de advogados.
Algorta também era réu neste mesmo processo criminal, sendo acusado de ter lavado parte do dinheiro desviado com a compra do apartamento em nome da offshore. Porém, como reside no exterior, a ação contra ele foi desmembrada deste processo.
Atualmente, o apartamento está avaliado em R$ 7,5 milhões, segundo o MPF. Na sentença, Moro determinou o confisco do imóvel e que, após alienação, o produto da venda seja revertido à Petrobras, apontada como vítima dos crimes antecedentes à lavagem de dinheiro.
Fernando Baiano
Cerveró foi preso em janeiro ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Desde então, está detido na carceragem da superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Ele passou a ser réu na Lava Jato em dezembro do ano passado juntamente com Fernando Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na estatal; e Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal. Nestor Cerveró e Fernando Baiano respondem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além destes crimes, Júlio Camargo responderá por evasão fraudulenta de divisas e fraudes em contratos de câmbio. Nesta ação, Youssef responde apenas por lavagem de dinheiro. (fonte: G1/foto arquivo/reprodução)
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