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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Aos 95 anos, tapioqueira afirma: 'eusó paro de trabalhar quando morrer'
Dona Maria vende tapioca no mesmo ponto, há quase 60 anos, em Caruaru. 
Com bom humor, conta a história de vida e ensina a receita da comida típica.
Maria Anunciada de Souza Caruaru  (Foto: Thays Estarque/ G1)Dona Maria começou a vender observando as tapioqueiras da Feira de Caruaru (Foto: Thays Estarque/ G1)
Na esquina da Rua Dácio Espácio de Lima com a Praça Teotônio Vilela, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, uma senhora de 95 anos vende há 58 uma das comidas mais típicas do São João nordestino: a tapioca. Maria Anunciada de Souza, dona Maria como gosta de ser chamada, conta a história de superação e independência entre uma divertida gargalhada e a receita da guloseima.
Dona Maria, que é de Cacimbinhas (AL), chegou ao município pernambucano para trabalhar como empregada doméstica, porém a oportunidade durou pouco. "Trabalhava muito e ganhava pouco, mas era meu trabalhinho. Quando acabou, fiquei sem saber o que fazer. Não conseguia mais ter minhas coisinhas", relembra. Já viúva e com uma filha pequena, a ideia de vender tapiocas surgiu quando visitava a Feira de Caruaru. "Comecei vendendo cocada, mas percebi que as tapioqueiras ganhavam mais. Foi a forma que encontrei para sustentar minha família. Todo mundo gosta de tapioca, né?".
Sou o grande companheiro dela, diz Antônio Vicente (Foto: Thays Estarque/ G1)
Cabeleireiro se diz 'o grande amigo' de dona Maria
(Foto: Thays Estarque/ G1)
Encarregado de trocar o dinheiro que dona Maria ganha, o cabeleireiro Antônio Vicente, de 50 anos, diz que é o grande amigo dela. "Sou o companheiro de noitada. Sempre a ajudo a recolher a barraquinha, dou apoio, converso e quando está doente vou à casa dela para ver como está. Viramos grandes amigos".
Cliente há 20 anos de dona Maria, José Carlos Ferreira, de 59, diz que todos no bairro a adoram. "O carinho por ela é muito grande. As tapiocas são uma delícia e fazemos questão de comprar para ajudá-la", relata.
"É uma lição de vida. Ela é uma estimada figura de Caruaru. A gente sente a felicidade dela em trabalhar", comenta a dona de casa Josélia Oliveira da Silva, de 48 anos. Moradora do Rio de Janeiro há 35 anos, a caruaruense Maria José Oliveira, 57, não acreditou na idade da tapioqueira. "É impressionante encontrar uma pessoa nessa idade ainda trabalhando. É um exemplo".
Tapioqueira Maria Anunciada de Souza, de Caruaru, Agreste (Foto: Thays Estarque/ G1)Apesar da idade, dona Maria se mostra uma pessoa com muito vigor no trabalho (Foto: Thays Estarque/ G1)
Como gosta de ressaltar, dona Maria trabalha todos os dias, exceto nos fins de semana. Pega o ônibus que sai do Bairro do Salgado, onde mora, com destino ao Centro. Às 16h começa a montar o local de trabalho - uma barraquinha coberta com pano florido e um fogão a lenha - que fica guardado dentro de uma farmácia. Atende ao último cliente às 22h e volta para casa. "Ainda chego e vou lavar roupa, lavar louça... eu não paro". Questionada porque continua trabalhando mesmo já aposentada, dona Maria explica: "Só sei fazer isso, trabalho desde os 10 anos de idade. Só paro quando morrer".
Tapioca (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)
Dona Maria na fase final do preparo da tapioca
(Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)
Receita de dona Maria
Ingredientes:
 - 1/2 kg de goma para tapioca
- 1 litro de água
- sal a gosto
- 400g de coco fresco ralado

Preparo:
Coloque a goma de tapioca em um tigela grande e acrescente água até cobrir. Tampe e deixe hidratar por 4 horas. Escorra a água que sobrou, esfarele a massa com as mãos e passe na peneira. Adicione sal.

Espalhe a goma peneirada em um frigideira já aquecida. Coloque o coco fresco no meio. A tapioca estará pronta quando começar a soltar da panela. Depois, é só dobrá-la e servir.

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