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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pedofilia: De quem é a culpa?

Internet
Por Gracinha de Souza

Não que eu tenha a competência de responder a essa pergunta, mas o que pretendo, de fato, é provocar algumas reflexões acerca das próprias definições que estabelecemos para demarcar os comportamentos exercidos em sociedade.

Os comportamentos estão desacerbados. Cada vez mais é comum encontrarmos meninas, ainda sem sinais de seios, vestidas como mulheres adultas, e o pior, se comportando como tal. Elas, por sua vez, sensualizam nas redes sociais com caras e bocas, e pasmem (!) com danças eróticas e cenas obscenas. Certamente, com o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias e modalidades de comunicação, tem sido possível estabelecer para essas menores novas experimentações do desejo afetivo-sexual nas suas mais distintas possibilidades de se exibir, de se expor. Como se e não bastasse, um novo codinome as vulgarizam ainda mais, as letras de funk “novinhas no grau”. Além disso, surge a Mc Melody, cantora mirim que dança o quadradinho de oito e exibe dinheiros em vídeo no youtube ao se tornar a mais jovem cantora do gênero.

Difícil para uma parcela desassistida socialmente de seus direitos aceitá-los como normais ou anormais, compatíveis ou não com tais comportamentos, afinal, o livre arbítrio estabelece você ser dona de seus atos, mas, desde que você seja maior de idade. Ou seja, até lá, seus pais são as pessoas responsáveis por sua integridade física e moral.

E onde estão esses pais que não se preocupam em acompanhar seus filhos na internet?

Certamente não usam as redes sociais, estão trabalhando ou até mesmo navegando em outros sites em busca do preenchimento pessoal.

Mas, e as autoridades competentes?

Acredito que deveria haver uma junção do Conselho Tutelar e Ministério Público para realizar uma força tarefa e coibir a prática de exibição da imagem da criança e adolescente a cerca de sua proteção midiática. Um dos aspectos mais preocupantes, e que tem merecido a atenção do poder público e de várias entidades civis em defesa da criança e do adolescente, diz respeito à prática da pedofilia cometida através da Internet.

Sabemos que existem leis e o quanto as mesmas são lentas. E mesmo mostrando-se, de certa forma, inerentes ao combate de crimes cibernéticos, ainda existem muitos casos impunes e criminosos que ficam ilesos. Muitos pensam que pelo fato de compartilharem algo que contenha cenas explícitas de uma criança desnuda ou em cenas de sexo, não estão cometendo o mesmo crime de quem filmou ou está praticando o delito. Com isso, estamos criando ou reinventando “novas” estratégias de prazer, muitas vezes pautadas pela lógica do consumo anônimo, onde o sexo é acionado como espetáculo e performance, e a criança colocada como possibilidade de experimentação do desejo sexual adulto. E isso é inaceitável.

A medida que vários casos acontecem, nós, pais,  vemos o quanto estamos vulneráveis a fatos como estes e que nos fazem pensar... De quem é a culpa?

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