COMPESA MUDA CALENDÁRIO DE ABASTECIMENTO PARA EVITAR COLAPSO DE JUCAZINHO
A falta de chuvas e a perspectiva de precipitações abaixo da média na região do Agreste pernambucano motivaram a Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa) a alterar o calendário de abastecimento das 15 cidades abastecidas pelo Sistema Jucazinho. Atualmente, o nível da barragem está em 7,8% de sua capacidade, o que corresponde a 25 milhões de metros cúbicos de água. No mesmo período do ano passado, o reservatório, localizado em Surubim, estava com 30%, ou seja, 100 milhões de m³. “Decidimos ser transparentes, avisar à população sobre a gravidade da situação e ao mesmo tempo pedir o seu apoio para a necessidade do uso racional da água. Estamos mudando o calendário de abastecimento com o objetivo de preservar o manancial, evitando que entre em colapso”, explicou o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva, nesta quinta-feira (23), em Caruaru. O novo calendário terá início no dia 1º de maio e deverá ficar em vigor, no mínimo, pelos próximos quatro meses. “Estamos enfrentando o quarto ano consecutivo de seca, a pior dos últimos 50 anos, e vamos tentar dar essa sobrevida à barragem. Mas precisamos do apoio da população para usar a água de maneira racional, pois, por enquanto, não há indicativo de melhoria”, afirmou o diretor Regional do Interior, Leonardo Selva.
A cidade de Caruaru, com mais de 300 mil habitantes, terá um calendário específico: 40% da cidade ficará 3 dias com água e 4 sem; 60% da cidade terá 4 dias com água e 3 sem. Já em Santa Cruz do Capibaribe, que tem o calendário mais rigoroso de distribuição, a ideia da Compesa é realizar um estudo para readequação do abastecimento. “Hoje são 28 dias sem água. A ideia é ficar entre 10 e 15 dias”, explicou Leonardo Selva.
Segundo o presidente da Compesa, Roberto Tavares, além de tomar a medida emergencial para preservar a barragem, a companhia também precisa concluir a obra estruturadora para a região, a Adutora do Agreste, que vai garantir o abastecimento pelos próximos 30 anos. Ainda de acordo com o presidente, a obra está em ritmo lento pela ausência de um cronograma de desembolso financeiro por parte do Governo Federal para tocar a maior obra hídrica do país.
Até o momento, já foram implantados 250 km de adutora na primeira etapa, onde já foram aplicados R$ 450 milhões de um total de R$ 1,3 bilhão. “Já estivemos cinco vezes no Ministério da Integração este ano tentando a pactuação dos recursos restantes, mas o Ministério da Fazenda ainda não deu essa autorização. Iremos, novamente, propor um cronograma mais leve para que possamos dar ritmo à obra e regularizar uma dívida de R$ 30 milhões desse empreendimento”. O presidente informou que a Compesa está apta a conveniar a segunda etapa da Adutora do Agreste, mas que ainda não há previsão para isso.
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