Não se assuste se você se deparar com uma máquina de cartão de crédito na próxima vez que for à igreja. É que um trio de empreendedores e fieis paranaenses criou a ‘Maquininha do Dízimo’ para permitir doações via cartão de crédito ou débito e registrar eletronicamente essas contribuições. E o investimento não foi pequeno: R$ 500 mil. Por isso, o produto já está em igrejas de quase todo o Brasil.
No Recife, por exemplo, a paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro da Madalena está implantando a novidade. “A maquininha atende a um pedido dos próprios fieis, que hoje têm evitado andar com dinheiro. É, portanto, mais uma oportunidade de contribuição”, justificou o padre Tiago de Melo, dizendo que isso ainda vai ajudar as vendas de produtos religiosos como terços e camisas. Mas, para ter a maquininha, a paróquia pagou quase R$ 1 mil e ainda vai arcar com mensalidades de R$ 100.
Criador da tecnologia, Marcos Nonemacher explica: “Nós ganhamos pela remuneração da solução tecnológica. Todo o valor que é pago no cartão vai para a conta da igreja. Nós não ficamos com nenhum percentual do dízimo”. Nonemacher explicou ainda que o valor da adesão envolve o treinamento, a implantação e o credenciamento dos fieis e vai de R$ 800 a R$ 1,5 mil, já a mensalidade corresponde ao valor da solução tecnológica.
Segundo Nonemacher, que fundou a startup Servo Fiel com os amigos Julio Antunes e Romulo Duarte para desenvolver essa tecnologia, esta é muito mais que uma forma de receber doações. É que, além de passar cartão, a maquininha identifica o fiel doador com nome, CPF e telefone. Por isso, pode emitir um recibo personalizado do dízimo, mostrando também os dados da igreja beneficiada. E esse dinheiro, além de seguir para o banco, é registrado eletronicamente no sistema financeiro que é implantado pela startup nas igrejas que contratam o serviço.
“Não queremos mercantilizar a fé, mas ajudar a igreja a se organizar do ponto de vista contábil e fiscal”, frisou o empreendedor, acrescentando que a ideia atende a um pedido dos fieis da igreja que frequenta com os sócios no interior do Paraná.
“Devido às mudanças tecnológicas, a tendência é usar cada vez mais a moeda digital. As pessoas não andam mais com dinheiro no bolso, por segurança e praticidade, e pediram para que a igreja se adequasse a essa realidade”, contou.
A Servo Fiel levou quase dois anos para criar a maquininha, mas agora está colhendo os frutos do trabalho: com apenas quatro meses, já está em 12 estados brasileiros. “Não esperávamos, mas esta é uma solução inovadora que pode atender o Brasil e o mundo todo”, disse Nonemacher.
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