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quarta-feira, 4 de março de 2015

Homicídios também crescem em fevereiro e 647 pessoas são assassinadas no ano em PE


Foto: Marcos Pestana/Fotos Públicas

Os crimes contra a vida estão em curva ascendente em Pernambuco. Os dois primeiros meses do ano já registraram 647 homicídios contra 518 no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 25%. Os números parecem indicar uma tendência. Foi justamente em fevereiro do ano passado que o Pacto pela Vida registrou a última queda no número de mortes. Nos 12 meses seguintes, o índice só aumentou.
homicídios PE fev 
“Nós caímos em produtividade”, admite o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. Ele informa que, no ano passado, houve uma redução de 9% no número de prisões e de 14% na quantidade de armas apreendidas. “Não é coincidência o número de mortes ter aumentado, justamente, 9,5% em 2014″, diz, relacionando a queda nas prisões e na apreensão de armas com o índice de homicídios. “Mais de 75% dos crimes de morte no Estado são cometidos com arma de fogo. Precisamos aumentar a produtividade das polícias. O Pacto é um modelo de gestão por resultado.”

A estratégia para reverter essa tendência inclui bonificação para estimular policiais. “Mudamos as regras a partir das demandas que recebemos das corporações”, informa o secretário. A Secretaria de Defesa Social publicou uma tabela no site do órgão, mostrando quanto os policiais vão ganhar por cumprimento de mandado de prisão, apreensão de menores e de armas de fogo.
No ano passado, as três únicas áreas integradas de segurança (AIS) que conseguiram atingir a meta anual de 12% de redução não foram premiadas porque o Estado não teve o mesmo desempenho. “A partir de agora, quem tiver êxito, independentemente do resultado do Estado, será premiado”, garante Alessandro Carvalho. Os bônus por apreensão de armas também subiram de valor. O de revólver pulou de R$ 300 para R$ 700.

A outra estratégia é reforçar o policiamento e criar novas unidades, como o 25º Batalhão de Polícia Militar, em Jaboatão, e ampliar a atuação da Companhia Independente de Operações na Caatinga (Ciosac) para o Agreste e a Zona da Mata para reprimir quadrilhas que atravessam divisas de Estado para explodir caixas eletrônicos ou traficar drogas.

“Temos 1,1 mil policiais militares que já assumiram, mas não podem ir para as ruas antes de 30 de julho porque não concluíram o curso de formação. Só depois disso vamos implementar essas medidas”, informa o secretário, acrescentando que o governo estuda a viabilidade financeira de fazer concurso para agente de polícia.

Um delegado que não quis se identificar acredita que o desempenho ruim na segurança pública se deve, principalmente, à falta de liderança. “O Pacto pela Vida é um projeto que deu certo, masperdeu o rumo. Precisa ser reavaliado”, afirma, acrescentando que as bonificações não vão acabar com a insatisfação dos policiais. “Eles querem bons salários”, reforça.

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