De Folha de Pernambuco
No Estado, o Agreste pernambucano dispara como a região com alto potencial para um novo surto de dengue, zika e chikungunya. Entre os municípios detectados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), já em epidemia, estão Garanhuns, São João, Caetés, Angelim e Lajedo, o que levou o órgão estadual a mapear as áreas de risco e desenvolver iniciativas, como mutirões de limpeza e o extermínio do mosquito transmissor por meio de bombas costais motorizadas. Na próxima semana, os agentes de endemias voltarão para esses locais a fim de averiguar se as ações surtiram efeito.
De olho nesse cenário, o Comitê de Mobilização Social de Controle e Prevenção às Arboviroses do Estado debateu, nessa terça-feira (11), alternativas que chamem a atenção da sociedade sobre a necessidade de eliminar os focos de suas casas. O último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) aponta que 88% das cidades pernambucanas estão em situação de risco. O mapeamento monitora a quantidade de imóveis com a presença de larvas do mosquito transmissor.
Embora o quantitativo de casos tenha registrado uma queda entre 91% e 96% - se comparado ao período de 1º de janeiro a 8 de julho de 2016 - as estatísticas não estão reduzindo como seria esperado para este período do ano. E a prevenção deve ser reforçada, uma vez que passado o quadro chuvoso no Estado, a transmissão das arboviroses deverá ser potencializada. É o que alerta a gerente de Controle das Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.
"A quantidade de casas por município com acúmulo de entulhos só vem aumentando. Isso porque detectamos duas situações: uma é que há residências com problemas de abastecimento, levando ao armazenamento de água de forma inadequada. A outra é a falta de limpeza em quintais e, nisso, uma tampa de garrafa é suficiente para o mosquito", alerta. A reunião de ontem foi transmitida por videoconferência para todas as Gerências Regionais de Saúde (Geres) a fim de um engajá-las na discussão de propostas.
Coleta seletiva
Na ocasião, representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) apresentaram ações com foco em coleta seletiva para que sirvam de exemplo para as gestões municipais. Entre as iniciativas encabeçadas pelo órgão está o projeto Relix, um aplicativo gratuito que aponta a localização das associações de catadores e pontos de coleta para o descarte de resíduos.
A analista da Semas, Adriana Dornelas, também explicou sobre os Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos (PIRS) que deverão estar prontos em dezembro. "Esses documentos servirão para os gestores municipais como um facilitador para a captação de recursos para darem fim aos lixões. Os planos atendem uma das metas da Política Estadual de Resíduos Sólidos", explica. Um relatório do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) aponta que dos 184 municípios, 126 destinam seu lixo de forma inadequada, o que representa 68%. Ou seja, apenas 33 cidades utilizam aterros sanitários.
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