Pernambuco mergulhou mais profundamente na recessão do que o Nordeste e o Brasil. O desempenho mais negativo foi desencadeado pela exposição à crise nacional, pela desmobilização em Suape e pelas ações de combate à corrupção. Apesar do cenário adverso - com indicadores negativos de PIB, empregos, inflação e massa salarial -, o Estado tem condição de sair mais rapidamente da crise. Isso porque tem uma situação fiscal mais equilibrada e porque entre 2005 e 2015 foi criou uma nova estrutura industrial, baseada em investimentos estruturadores.
O panorama de 2016 e as perspectivas para o próximo ano foi o tema da XXI Análise Ceplan, apresentada ontem a empresários e jornalistas na Amcham Recife, no Pina. O sócio-diretor da Ceplan, Jorge Jatobá, diz que três fatores principais explicam porque Pernambuco apresenta desempenho pior que a média nacional e nordestina, em relação a PIB, desemprego, inflação e massa salarial.
“A desmobilização de Suape aconteceu entre 2014 e 2015, em pleno agravamento da crise econômica e sem deixar chance para que as pessoas conseguissem se recolocar. Além disso enfrentou as consequências das ações de combate à corrupção, que atingiram a Petrobras e empreendimentos ligados a ela no Estado, como a Refinaria Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul”, destaca, acrescentando a exposição à recessão nacional.
No primeiro semestre deste ano, enquanto a queda do PIB brasileiro foi de 4,6% o de Pernambuco encolheu 6,7%. O panorama de indicadores negativos também se estendeu aos empregos. No terceiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego no País passou de 8,9% para 11,8%; a do Estado avançou de 11,2% para 15,3%. A massa salarial também encolheu acima da média nacional, despencando 10,76%. “O Estado também surpreendeu no fechamento de vagas formais de emprego, com destaque para a construção civil, que puxou o crescimento do PIB nos anos anteriores”, recorda Jatobá.
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