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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Saiba tudo sobre os carros camuflados que rodam no Recife


Os motoristas pernambucanos se deparam com frequência com veículos camuflados. São carros de testes, que ficaram mais comuns no Estado com a chegada da Jeep em Pernambuco

Os engenheiros usam camuflagem para esconder seus segredos / Reprodução/Whatsapp

Os engenheiros usam camuflagem para esconder seus segredos

Reprodução/Whatsapp

Quem circula de carro pelo Grande Recife está se acostumando a ver um comboio de automóveis camuflados rodando pelas ruas. Os veículos cobertos são, na verdade, modelos de testes chamados de mulas pelos fabricantes. Eles se tornaram comuns em nossa região depois da instalação da Jeep em Goiana, Zona da Mata de Pernambuco, porque a montadora intensificou os experimentos em automóveis do grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles), do qual a Jeep faz parte. O que pouca gente sabe é que uma mula dessa pode custar até R$ 1 milhão.
Se elas são novidade para os pernambucanos, já são bem conhecidas em outros Países e Estados brasileiros que possuem fábricas de automóveis. As montadoras vestem os carros com essas capas para esconder da concorrência suas invenções que podem ser motores, carroceria e equipamentos. “É importante saber que nem tudo o que está embaixo da camuflagem é verdadeiramente do novo carro”, diz uma fonte da indústria automotiva.
No período de testes do Toro, por exemplo, os engenheiros misturaram motor, câmbio, suspensão e freio do Jeep, com painel e até portas de outros modelos a uma pele do Linea. Como muitas peças ainda vão ser feitas, os projetistas constroem componentes a mão para não atrasar o cronograma, que vai de 24 a 27 meses em média. Daí uma explicação para o valor da mula ser bem elevado. O uso de peças improvisadas no painel e na parte estética, por exemplo, não vai interferir no resultado porque nessa fase estão sendo analisados outros itens do novo carro. A exigência para poder rodar é que as mulas atendam a condições mínimas de segurança.
Os testes não param. O Jeep Renegade foi lançado em março, mas engenheiros continuam trabalhando no desenvolvimento e aprimoramento de componentes e por isso os carros camuflados são vistos com frequência nas ruas ainda hoje. Outro que tem sido flagrado todos os dias é a mula da Toro (picape Fiat que está sendo produzida em Goiana e que vai ser lançada depois do Carnaval). Os mais atentos passaram a se deparar também com a mula de um carro compacto. E é justamente o novo popular que a Fiat está preparando para substituir o Palio Fire no começo do próximo ano.
Os automóveis vestidos com a capa preta indicam que eles estão numa fase inicial. Os camuflados com adesivos xadrez mostram um modelo mais próximo da realidade. E quando a gente vê um comboio na rua a equipe está analisando simultaneamente componentes diferentes: um estuda a suspensão; o segundo avaliando o câmbio, motor e o terceiro pode checar a aerodinâmica, tipo de pneu mais adequado e por aí vai. Um fabricante produz uma média de 20 unidades. Cada departamento da fábrica tem o seu modelo para brincar e gerar relatórios, claro. Como são muito caros, precisam rodar o máximo possível para justificar o investimento para a companhia. Não param. São levados ao extremo por engenheiros e pilotos treinados. Os testes incluem ainda simulações em laboratórios e a prova das ruas. Antes de irem para a linha de produção, os carros precisam rodar até 1 milhão de quilômetros em diversos tipos de terrenos que pode passar do Sertão Nordestino até os lagos congelados no Polo Norte. E para quem acha arriscado a montadora rodar com carro de um R$ 1 milhão 24 horas a resposta é que não existe a preocupação de roubo. Muitas peças são experimentais e não têm valor no mercado paralelo.

Fonte :JC

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