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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Parque eólico milionário que aliviaria demanda por energia está abandonado em Casa Nova, diz jornal

Foi preciso uma equipe de jornalistas mineiros para mostrar a verdadeira realidade em que se encontra o Parque Eólico de Casa Nova, no norte da Bahia. As torres, que deveriam aliviar a pressão por geração de energia no Rio São Francisco, custaram uma fortuna e nunca acenderam uma lâmpada. Viraram um “enfeite” monumental na paisagem, segundo reportagem do jornal ‘Estado de Minas’.

O investimento até então foi de R$ 240 milhões e o valor do contrato, de R$ 635,4 milhões, mas, devido a uma série de erros, atrasos em cumprimento de licenças e à falência de empresas que deveriam construir a planta para a Companhia de Hidro Eletricidade do São Francisco (Chesf), nenhum funcionário trabalha mais na estrutura. Os equipamentos, que seriam usados para implantar as torres, geradores, linhas de alta tensão e estações ficaram abandonados.

A grande ironia é que o Parque Eólico de Casa Nova foi instalado próximo ao Lago de Sobradinho. Este, para manter funcionando as turbinas, que têm potência instalada de 1.050 megawatts, chegou a baixar ao nível útil em 17,8% neste ano. Atualmente, opera com média de 22% da capacidade. A seca é tanta que as águas do lago recuaram mais de cinco quilômetros, afastando-se das torres de geração que ficavam praticamente à beira da represa. Do outro lado do espelho d’água, é possível ver outro parque eólico, o de Sobradinho, onde as hélices giram e produzem energia elétrica.

Os parques de Sobradinho e Casa Nova, em conjunto com o de Sento Sé, constituem um dos maiores complexos de geração de energia eólica do Brasil, que deveria contar com 120 torres e gerar até 180 megawatts, o que daria para atender a uma cidade com 600 mil habitantes – maior que Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, que tem 550 mil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Irregularidades: O jornal mineiro destaca, ainda, que a implantação do Parque Eólico de Casa Nova registrou irregularidades desde o início. Até mesmo a habilitação da Companhia de Hidro Eletricidade do São Francisco (Chesf) no processo licitatório e leilão do lote de geração de energia eólica foi contestada na Justiça.

De acordo com o diretor de Operações da Chesf, Mozart Arnaud, o que ocorreu na implantação do Parque Eólico de Casa Nova não poderia ter sido previsto pela companhia, que está tomando todas as providências para sanar os problemas e iniciar a produção elétrica.

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