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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

GOE APRESENTA O RESULTA DA OPERAÇÃO BIS IN IDEM QUE PRENDEU TRÊS POLICIAIS CIVIS EM CARUARU E FORAM SEQUESTRADOS BENS AVALIADOS EM CINCO MILHÕES DE REAIS




Foi apresentado na manhã desta quinta-feira (30), o resultado da Operação Bis in Idem, que foi deflagrada na manhã de ontem e resultou nas prisões de três policiais civis que são lotados na delegacia regional de Caruaru, na prisão de um outro suspeito que é acusado de fazer parte da quadrilha, além da condução coercitiva de um policial militar que também é suspeito de integrar o grupo. Os policiais e o quarto suspeito foram presos por força de Mandados de Prisões Temporárias que tem validade de cinco dias e todos eles estão no Cotel.

O delegado que investiga os crimes é o Dr. Ramon Teixeira do GOE – Grupo de Operações Especiais, que informou que em setembro de 2016, gerentes e funcionários de uma empresa transportadora de bens, cargas e mercadorias com sede em Goiânia - GO foram vítimas de solicitações indevidas de um policial civil de Caruaru, o qual condicionava a localização e a recuperação de um caminhão e de uma carreta da empresa ao pagamento de quantias correspondentes a 30% do valor de mercado dos veículos. Foi a partir daí que o GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS - GOE foi encarregado, mediante designação especial pela Chefia de Polícia, para a apuração do caso.

Ao longo das investigações, ficou claro que aquele não foi um caso isolado praticado por um policial civil desviado; pelo contrário, era apenas uma das várias práticas concussivas e corruptas adotadas por um grupo criminoso para enriquecer, geralmente às custas das próprias vítimas de roubos e furtos. Para identificar os envolvidos e reunir provas bastantes e suficientes de suas condutas, foram necessários cerca de 10 meses de investigação criminal pelo GOE.
Essa conversa entre um dos policiais e uma vítima foi apresentada a imprensa.

Foi devidamente identificada, até o momento da deflagração da Operação “Bis In Idem”, uma organização criminal composta de, pelo menos, três policiais civis e um popular que se apresentava às vítimas como agente de polícia e foi preso no início de 2017 por porte ilegal de arma de fogo. É importante mencionar que as investigações seguem em andamento, buscando ainda identificar outros policiais, inclusive de outras forças de segurança, integrantes do grupo criminoso atingido pela operação do GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS.

Embora não haja um único modus operandi definido pelo grupo criminoso investigado, é certo que tudo sempre girou em torno de ganhar dinheiro a qualquer custo. Entre as práticas criminosas já identificadas na investigação, estão: - A solicitação do pagamento de certa quantia em dinheiro ou depósito em conta como uma “gratificação” ou “prêmio” para localizar e recuperar caminhões, carretas e cargas; - A exigência de valores exorbitantes a empresários suspeitos ou investigados como condição para que a investigação criminal em seu desfavor fosse sabotada; - O constrangimento de vítimas de roubos e furtos ao pagamento de valores a título de “gratificação” e “recompensa” pelos serviços prestados, e até mesmo de “diárias” pelo período em que veículos e carretas permaneceram custodiados ou retidos; - A prática de lavagem de dinheiro pelos investigados, ocultando ou dissimulando a origem, a movimentação ou a propriedade de bens e valores advindos de seus crimes, desta forma conseguindo reunir um patrimônio absolutamente incompatível com suas rendas. A forma mais eficaz de se combater esse tipo de organização criminosa é a combinação da tradicional prisão cautelar, quando presentes os seus pressupostos, com o seqüestro dos bens móveis e imóveis e o bloqueio das contas dos investigados, o que foi feito.

Foram bloqueados pela Justiça, a pedido do GOE e ouvido o Ministério Público, cerca de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), em valores estimados para os bens imóveis, móveis e de contas bancárias dos investigados. Concordando com o resultado parcial das investigações, o Exmo. Juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Caruaru, o Dr. Eliziongerber de Freitas, em sua decisão, assinalou que “Há claros indícios de lavagem de dinheiro pelos investigados, que ostentam bens móveis e imóveis incompatíveis com seus salários”.

Como já assinalado, a investigação criminal segue em andamento, ficando pendentes de esclarecimentos, entre outras, as seguintes questões: - Uma vez que há sólidos indícios de vítimas de corrupção passiva e concussão habitual e reiterada por parte dos investigados, acredita-se que haja muitas vítimas do grupo até então não identificadas, além de, provavelmente, outros criminosos até o momento não identificados; - É preciso apurar a conduta de empresas transportadoras de cargas e, principalmente, de seguradoras e empresas de rastreamento, que possivelmente recorreram ao grupo investigado mediante o pagamento de “gratificações” pelos seus serviços, o que pode caracterizar o crime de corrupção ativa; - É igualmente necessário compreender se a recuperação dos veículos e das mercadorias roubadas tem alguma ligação com os próprios assaltos.


O GOE informou que por enquanto não divulgará os nomes dos policiais presos, porém se as Prisões Temporárias forem convertidas em Prisões Preventivas os nomes e imagens dos suspeitos serão divulgados.

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