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sábado, 18 de novembro de 2017

Bebê de 28 quilos preocupa médicos no México


Manuel Gonzales é quase como qualquer bebê de 10 meses: balbucia as primeiras palavras e quer tocar em tudo. Mas uma diferença dramática coloca a sua vida em risco: ele pesa 28kg, e seu pai ganha pouco mais de US$ 200 por mês.
O caso deste bebê, que, no entanto, não exige comida constantemente, faz parte do universo de crianças que sofrem de obesidade e diabetes infantil, que o México lidera em nível mundial. Mas as causas do seu excesso de peso são desconhecidas.
Luisito nasceu em 15 de dezembro de 2016, com 3,5 kg e 52cm, quase o mesmo que seu irmão Mario, 2, que, ao seu lado, parece pequeno. Aos 2 meses, Luisito já pesava 10kg, e, nos oito meses seguintes, triplicou de peso.
 Luiz Gonzales, de 10 meses, em seu carrinho na cidade de Colima, México (Foto: Pedro Pardo/AFP)
“Eu achava que era porque meu leite era bom”, disse à AFP a mãe do bebê, Isabel Pantoja, 24, moradora do município de Tecomán, no estado mexicano de Colima.
Os pais de Luis Manuel criaram uma página no Facebooke uma conta bancária para receber doações que os ajudem a custear as despesas médicas. Os dois se revezam para levar o bebê ao hospital, onde ele realiza exames de sangue frequentes.
A preocupação dos pais de Luis Manuel aumentou quando um pediatra disse que o bebê poderá precisar de injeções de hormônios no valor de US$ 555 cada.

Diagnóstico

Uma das principais teorias é a de que Luis Manuel sofra da síndrome de Prader-Willi, que deixa as crianças sem o regulador de saciedade, provoca atraso mental, “músculos fracos de gelatina”, problemas cardíacos e afeta o desenvolvimento dos órgãos sexuais.
“Às vezes, precisamos levá-lo três ou quatro dias por semana ao hospital” da capital do estado, Colima, conta o pai, Mario Gonzales.
Para a família, os passeios pelo povoado acabaram. O bebê, que usa fraldas de adulto, fica cansado após passar meia hora na mesma posição, e temos que carregá-lo e caminhar com ele”, diz Gonzales, que, assim como a mulher, não perde o bebê de vista.
Durante a entrevista, Luisito dá gargalhadas quando coçam a sola de seus pés, explora com a boca qualquer objeto que lhe é dado, e observa com curiosidade os equipamentos de foto e vídeo dos jornalistas, comportando-se como qualquer criança de sua idade, e passando muitas horas do dia sem pedir comida.
O que ele não pode fazer, lamenta a mãe, “é engatinhar, não pode caminhar. Não podemos trazê-lo em um andador, como as outras crianças de 10 meses, mas, fora isso, “já se senta, sustenta a cabecinha e tenta segurar sozinho a mamadeira”, conta Isabel.
O pai de Luis Manuel, operário em uma fábrica de brinquedos, conta, preocupado, que a mulher “está começando a sentir os efeitos do peso do bebê”.

Suspeita esperançosa

Há cerca de um mês, a família foi contactada pela cirurgiã especializada em Nutrição Clínica Silvia Orozco, do centro Zone Diet México, sistema criado por um nutricionista americano, o que renovou a confiança no futuro de Luis Manuel.
“Ele tem gordura no fígado, pulmão e coração. Sua vida corre muito risco, mas esperamos poder ajudá-lo a tempo”, disse Silvia à AFP. Ela aguarda o resultado das últimas amostras enviadas aos Estados Unidos.
A médica espera que as análises confirmem que o bebê não tem a síndrome Prader-Willi, e que sua obesidade se deva a um aumento celular excessivo provocado pela falta de nutrientes anti-inflamatórios durante a gestação, o que teria provocado “um funcionamento deficitário da tireoide, de suas glândulas suprarrenais, responsáveis pelo metabolismo”.
Neste caso, o tratamento seria hormonal, diz Silvia sobre o diagnóstico do bebê, que se alimenta apenas de fórmula de leite reduzida em gorduras, leite materno e papinhas de legumes e frutas.

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