Em Pernambuco, Dilma faz defesa dos bancos públicos contra auditorias
Com informações de Marcela Balbino, repórter do Blog de Jamildo
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira (21) durante uma visita à fábrica do grupo Fiat em Goiana, na Zona da Mata pernambucana, a presidente Dilma Rousseff (PT) defendeu a situação dos bancos públicos em seu governo e no do ex-presidente Lula (PT), que a acompanha na visita a Pernambuco. Dilma também está acompanhada de políticos do PT, como o governador da Bahia, Jacques Wagner.
“Vim aqui para defender os bancos públicos”, disse a candidata à imprensa, antes de comparar a situação dos principais bancos federais com o cenário deixado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
De acordo com a presidente, em 2002, último ano do governo FHC, a Caixa Econômica Federal tinha R$ 128 bilhões em ativos. Em junho deste ano, este valor seria de R$ 1,4 trilhões.
A petista disse ainda que no final do mandato do governo Fernando Henrique, os lucros líquidos do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) eram, respectivamente, R$ 204 bilhões e R$ 1,5 bilhões. Eles teriam saltado, na gestão do PT, para R$ 1,4 trilhões e R$ 8,1 bilhões.
“Estou dando os números chatos porque números são incontestáveis”, afirmou a presidente. “Toda tentativa de enfraquecer os bancos públicos será um fracasso”, garantiu a petista.
Dilma se referia à matéria publicada nesta terça pelo jornal O Estado de S. Paulo que diz que a equipe econômica do senador Aécio Neves (PSDB), que disputa com Dilma a Presidência da República, planeja fazer auditorias na Caixa e no BNDES.
O objetivo seria identificar um possível rombo causado pela não transferência de subsídios federais para os bancos pelo Tesouro Nacional para garantir os juros baixos de alguns programas como o Minha Casa Minha Vida. A reportagem fala que só o BNDES teria deixado de receber R$ 28,8 bilhões.
Segundo a presidente todas as obras de mobilidade do País, assim como os programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, o Pronatec e o Bolsa Família, dependem da estruturação dos bancos públicos.
A visita a Goiana é a segunda parada de Dilma em Pernambuco. No final da manhã, a presidente fez um comício em Petrolina, no Sertão, onde criticou a falta de água em São Paulo, estado governado pelo PSDB.
No final da tarde, ela e Lula participam de uma caminhada pelo Centro do Recife, que termina com um comício no Marco Zero. A Zona da Mata e a Região Metropolitana do Recife (RMR) foram as regiões onde Dilma teve a pior votação em Pernambuco.
O Estado é o único no Nordeste onde Dilma não venceu no primeiro turno. A presidente teve 44,22% dos votos, contra 48,05% da ex-senadora Marina Silva (PSB). Aécio teve 5,92% da votação, mas espera crescer com o apoio de Marina, do PSB e da família do ex-governador Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em agosto.
FIAT – A fábrica visitada por Dilma na tarde desta terça vai produzir veículos da marca Jeep, e deve ser inaugurada no primeiro trimestre de 2015. Até o momento, 90% das obras estão prontas. O investimento é de R$ 7 bilhões.
O empreendimento vai produzir cerca de 250 mil veículos por ano, que irão atender o mercado da América Latina. A fábrica está em um terreno de 250 mil metros quadrados. Cerca de oito mil empregos diretos serão gerados.
Dilma conheceu as áreas de Produção e de Tecnologia. Os funcionários que trabalham na fábrica pararam para encontrar a presidente, que os cumprimentou.
A Fiat trata como “obra prioritária de competência federal” o Arco Metropolitano, um eixo viário que irá ligar Goiana ao Porto de Suape, no Grande Recife, que deve escoar a produção. A licitação da obra se encontra parada no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
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