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domingo, 26 de outubro de 2014

Chegou a hora da verdade: Dilma x Aécio, quem leva a melhor?…

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Mais de 140 milhões de brasileiros estão aptos para ir às urnas hoje escolher quem governará o País de 2015 a 2018. Estão na disputa a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, e Aécio Neves (PSDB). Além da eleição presidencial, 13 Estados e o Distrito Federal terão segundo turno para decidir o nome do seu próximo governador. 

Se reeleger Dilma, o PT ampliará a sua hegemonia política ao chegar ao quarto mandato seguido à frente do governo federal. Os tucanos, responsáveis por governar o Brasil durante oito anos com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2001), tentam retomar a faixa de presidente para igualar o jogo eleitoral. Uma vitória dará três mandatos presidenciais para cada legenda.

Nos Estados, a briga não é menos acirrada. Há segundo turno em todas as regiões do Brasil com eleições no Acre, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. O TSE promete começar a apuração às 19h (hora do Recife).

DILMA – Dilma Rousseff (PT) fez história no dia 31 de outubro de 2010 ao ser eleita a primeira mulher a comandar o Brasil. A petista obteve 55.752.529 dos votos (56,05%) contra 46.711.388 (43,95%) do então adversário José Serra (PSDB). Neste domingo, a presidente da República volta a encarar as urnas em um novo cenário. Mudaram o adversário e o contexto das eleições. Saiu Serra e entrou Aécio Neves (PSDB). O simbolismo de ser a primeira presidente do País também já não conta tanto, pois o frescor da novidade passou e agora o que está em questão é a capacidade prática de governar da petista.

E é justamente nisso que Dilma aposta para ser reeleita. Ao longo do segundo turno, a presidente apostou na comparação do seu governo com a gestão do PSDB (1995-2002) e tratou de reforçar a imagem de gestora eficiente e preocupada com os menos favorecidos. Nos discursos, ressaltou que ajudou a criar empregos e a fazer com que o Brasil passasse de 13ª para 7ª economia do mundo. Programas de cunho sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos também foram destacados pela campanha.
Essas ações tiveram êxito em todo o Brasil, mas sobretudo no Norte e Nordeste, regiões que concentram a parcela mais carente da população brasileira. Não é à toa que, de acordo com as principais pesquisas de intenção de voto, Dilma tem grande vantagem sobre Aécio nessas áreas do País. Se quiser ser reeleita hoje, no entanto, a presidente precisará melhorar seu desempenho no Centro-Oeste, Sul e Sudeste. O desafio maior será bater o tucano em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, Estado governado pelo PSDB. No primeiro turno, ela levou a pior por lá. 
ACIRRAMENTO - Em 2010, para tentar vencer Dilma, o discurso de Serra era voltado principalmente contra o governo Lula. Agora, coube a Aécio tentar desconstruir a imagem de Dilma usando como armas fatos políticos e econômicos ocorridos sob a gestão da presidente, como os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e os picos de inflação. “Estou enfrentando talvez a mais aguerrida e disputada eleição presidencial”, disse Dilma, na última terça, durante comício no Centro do Recife.
Mas a presidente também atacou. Antes de enfrentar Aécio no segundo turno, Dilma mediu forças com Marina Silva (PSB). Foi contra a socialista que a campanha petista direcionou a artilharia mais pesada no primeiro turno. O esforço deu certo e contribuiu para afundar a campanha da rival. A grande dúvida, que será dissipada na noite de hoje, é se a investida pesada contra Marina não resultou na transferência “automática” de votos para o tucano.
Se Dilma perder a eleição, de qualquer forma será sempre lembrada como a primeira mulher a governar o Brasil. Se ganhar, dará uma dimensão ainda maior ao feito conquistado há quatro anos.

AÉCIO - Com a trajetória política consolidada, o presidenciável Aécio Neves (PSDB), 54 anos, teve como principal desafio nesta campanha desmistificar a imagem de candidato das “elites”, como foi tachado pelo Partido dos Trabalhadores. Foi o nome escolhido pela oposição para tentar acabar com a hegemonia de 12 anos do governo do PT, que busca a reeleição de Dilma Rousseff. Neto de Tancredo Neves (presidente eleito em 1985), Aécio sempre buscou inserção na política nacional, chegando a disputar com o também tucano José Serra um lugar de destaque dentro do PSDB para concorrer à Presidência. Com a saída de Sérgio Guerra do comando do partido e o enfraquecimento de Serra na legenda – depois de ter sido derrotado na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012 -, Aécio conseguiu ampliar sua força dentro do PSDB, o que culminou na sua candidatura, pela primeira vez, à Presidência da República. 

Para entrar na disputa, Aécio precisou articular o apoio do PSDB paulista, ala ligada a seu correligionário José Serra. Sem o apoio desse grupo, a candidatura do senador mineiro ficaria fragilizada no maior colégio eleitoral do País. José Serra ficou com a disputa pelo Senado Federal em São Paulo – foi eleito. Em 2010, apesar da tentativa, Aécio não conseguiu disputar porque Serra não abriu mão da corrida eleitoral. Depois de unir o seu partido durante a pré-campanha, Aécio teve o desafio de se apresentar como o candidato a mudança e anular a imagem de que seria o governante dos ricos. 
Para rebater essa versão, o tucano utilizou uma estratégia diferente das últimas campanhas em que o PSDB disputou. Aécio buscou aproximação com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e procurou reforçar os pontos positivos do governo dele, como a criação do Plano Real. Argumenta que os avanços da gestão do PT só foram viabilizados graças ao planejamento dos tucanos. Também usou como argumento o fato de que os programas sociais hoje existentes no Brasil são frutos de políticas já iniciadas na última gestão do seu partido. Cita como exemplo o Bolsa Escola, programa federal criado em 2001 que beneficou cinco milhões de brasileiros. 
Na campanha, o tucano também teve como desafio tentar aproximação com o Nordeste brasileiro. Depois de 12 anos do governo do PT, quando várias ações foram feitas na região, o tucano fez o possível para mostrar que será um bom gestor para os nordestinos. Logo no início da campanha, lançou o programa Nordeste Forte, que apresenta pontos específicos para o desenvolvimento da região. Aécio prometeu que vai ampliar e aperfeiçoar o Bolsa Família. 
Durante a campanha, o candidato prometeu fazer ações drásticas na economia brasileira. Disse que vai fazer com que a inflação chegue ao centro da meta (4,5%) com dois anos de governo. Também garantiu uma reforma tributária no Brasil. O candidato usa a seu favor o governo bem avaliado que fez em Minas Gerais durante os dois mandatos. Responsável por implantar o modelo de gestão na administração pública estadual, Aécio obteve bons índices de aprovação quando governador. Foi reeleito em 2006 com o maior percentual do País, 77,03%.
Ele deixou a adminstração antes do término do mandato para disputar a vaga do Senado. O tucano foi eleito e ainda conseguiu fazer o sucessor, o governador Antonio Anastasia (PSDB). Naquele ano, a inteção de Aécio era disputar a Presidência da República. O tucano se articulou, mas José Serra foi o indicado. 
Diferente de Dilma, Aécio Neves tem histórico em cargos eletivos. Foi eleito deputado constituinte em 1986 pelo PMDB. Exerceu mais três mandatos na Câmara Federal (em 1990, 1994 e 1998). Na Câmara, Aécio tentou, por diversas vezes, o cargo de presidente da Casa, função que só alcançou no biênio 2001-2002. No cargo, Aécio chegou a assumir a presidência da República interinamente por um dia. Antes, ocupou o cargo de terceiro-secretário na mesa diretora. Também foi líder do partido na Câmara (1997 a 2001). 
O tucano iniciou os passos na política ainda muito jovem, como secretário particular de Tancredo. Com a morte do avô, o mineiro assumiu a gerência da Caixa Econômica Federal no governo de José Sarney. 

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