Um africano de 38 anos foi preso nesta quinta-feira em João Pessoa, na Paraíba, suspeito de estelionato. Nico Antônio Bolama, que nasceu no Guiné-Bissau, teria cerca de 10 mil alunos em faculdades privadas falsas em várias cidades em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Os cursos não eram reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Depois dos quatro anos de graduação, os estudantes simplesmente não recebiam o diploma.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Goiana, onde uma denúncia foi registrada por estudantes que, no último ano do curso, tiveram a graduação cancelada. “Os cursos não tinham nenhuma validade e os alunos nenhuma garantia. Ao chegar no mercado de trabalho eles percebem que aquele curso não tinha valido”, explicou o delegado Thiago Uchôa.
Em Pernambuco o Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) tinha quase 400 estudantes matriculados nas unidades de Goiana, Nazaré da Mata, Limoeiro, Machados, São Vicente Ferrer e Macaparana. Segundo um documento da Justiça Federal da Paraíba ao qual o Diario teve acesso, as mensalidades cobradas variavam entre R$ 150 e R$ 200.
O delegado Thiago Uchôa chamou atenção para o perfil dos prejudicados pela fraude. “São alunos humildes, que não tinham dinheiro para estudar em outras faculdades e foram enganados pelo preço barato das mensalidades. Agora terão que procurar uma faculdade para tentar aproveitar as disciplinas pagas”, pontuou o delegado, que disse ainda acreditar que o africano agia sozinho.
“Aparentemente os funcionários não tinham nenhum envolvimento com o esquema. Ele seria o mentor e os outros apenas contratados”, disse Uchôa.
Nico Antônio Bolama foi levado para a Cadeia Pública de Goiana. Ele será processado por estelionato e crime contra a ordem econômica. Se condenado, a soma das penas pode chegar a cinco anos.
Fonte: Diário de Pernambuco
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